quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Cumplicidade

Talvez este post seja o mais autoral até aqui, dedicando-o especialmente aos parceiros dançantes e quem sabe, inspirando aos ainda quase...

O bem-estar, a satisfação, a endorfina que corre em nossas artérias enquanto dançamos, a dança que fazemos acontecer com o potencial que temos, seja ele qual for, é tão precioso, tornando-se praticamente impossível superá-lo.

Não se trata somente de uma prática física, é nossa prática de vida.

Somente é a constatação de algo que é assim ... 

Pode ser resultado da tremenda ponte que faz... interligando, dando asas, expressando a nós mesmos... sutil e silenciosamente. Não é preciso pensar ou falar sobre, somente sentir e agir... dançar.

Pura cumplicidade

Sou grata a minha dança. 

Maravilhosa parceria... minha arte.



segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Você faz jazz quando dança

Bons dias!

O gênero musical que se aventurou por tantos caminhos, se diferenciando em várias formas, já foi abordado aqui  no blog. Agora um pouco mais...

Originário dos Estados Unidos e com raízes africanas, o jazz  produziu vários sub-gêneros como o Dixieland, Swing, Bebop, Jazz Latino, Fusion apresentando características que incorporam: a polirritmia, a forma sincopada, os diálogos, a improvisação.

Existe algo muito vivo, esperto, atento nas conversas jazzísticas. Muito parecido com a nossa dança contemporânea. Algumas familiaridades...

Pressupõe conhecimento, técnica e experiência com o instrumento (conhecer e usufruir das possibilidades corporais), escuta do som do próprio instrumento tocado e dos outros (escuta do nosso corpo e de quem dança conosco), diálogos instrumentais de chamada e resposta (diálogos e negociações corporais), improvisação (fazer brotar movimentos que o corpo pede). Muita criação.

Através das variações melódicas, ritmicas e harmônicas viajamos em nossos movimentos, em nosso corpo. 

Porém, levamos uma vantagem em relação aos amigos músicos: também podemos nos expressar através do silêncio. Dançamos assim, muitas vezes, existindo um outro sabor na experiência. Sabemos o quanto a música pode ser impositiva e a liberdade de criar dança em sua ausência, é também muito instigante e de grande riqueza.

Portanto, convido a todos amantes do jazz: dançantes ou quase-dançantes, a usufruirem das possiblidades e da liberdade de se relacionar consigo e com os outros no universo da criação e diálogo, deixando-se expandir, usufruindo cada nota, cada movimento, cada sensação.

Boas experiências! 


segunda-feira, 11 de julho de 2011

Dança e Sustentabilidade

Caros humanos,

No último final de semana ocorreu o 1° Fórum Vivo Encena Dança & Sustentabilidade, sendo debatidos principalmente temas que discutiram a sustentabilidade da dança na contemporaniedade e a criação de redes colaborativas como mecanismo viabilizador do pensar e fazer dança.

Encontros acolhedores e discussões de grande pertinência abordaram e problematizaram pontos de vista: políticos, econômicos, sociais, humanos do cenário da dança com a interlocução de artistas, educadores, gestores culturais, entidades estatais. 

Compartilharam-se idéias, experiências de sucesso, dificuldades e possibilidades visando um aprimoramento cada vez maior da classe e do fazer artístico. Estamos avançando neste caminho aberto e trilhado por comprometidos humanos que continuam oferecendo seu amor e suor a arte que tanto pode contribuir para o desenvolvimento humano e ambiental.

Sim, ambiental. Porque sensibilizando e reconhecendo o corpo através da vivência da dança, desta expressão artística, de comunicação temos um poderoso mecanismo para nos aproximarmos do outro (seja humano, planta, bicho) e do ambiente (seja  rua, praça, mata). 

Aprendizados e compartilhamentos que vivenciamos em nossa carne (músculos, tecidos...) e em nossos espaços (internos e externos) ganham outras esferas e significações,  nos colocando como efetivos participantes da grande teia. 

Assim, tudo se relaciona e conecta. 

Baseado nisto, convido a todos a refletirem o quanto mesmo que de forma mais "indireta" (será?),  sua dança pode contribuir para a formação de uma sociedade com humanos mais sensíveis e atentos a si, ao outro e ao Planeta. Daí, teremos um bom alicerce para atravessarmos fronteiras e ampliando a visão, agir sustentavelmente em nossas escolhas.

E ainda refletir sobre a sustentabilidade envolvida nos projetos, na execução dos espetáculos, materiais e todas interrelações presentes no conjunto...

Cada vez mais, precisamos pensar em toda a cadeia que se relaciona a produção e execução de nosso trabalho, seja ele artístico ou educativo.

 

segunda-feira, 6 de junho de 2011

A serviço do corpo, de mim

Dançando ajusto, reorganizo, exploro, viajo em meus movimentos, em meu corpo.

Assim, concebo minha dança.

Danço para mim mesma. Para meu total usufruto.

O ideal está em seguir o que o corpo pede.

Ouvi-lo sentindo suas necessidades, travas, levezas.

Envolver-me, desfrutá-lo, ajudá-lo.

Acredito nessa parceria e vivo intensamente.

Não importa o que se possa julgar sobre como danço.

A Dança Ânima me pertence e faz parte do melhor de mim.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Siga sua intuição

A velha frase... certamente vale para a dança. 

Muitas pessoas sedentárias ou que apresentem alguma dificuldade motora apresentam receio em iniciar uma atividade física, incluindo a dança. É natural.

Na minha experiência, vejo a dança como a prática física que mais se adequa as possibilidades de quem a realiza. Se dança utilizando mais a parte superior do corpo: OK; mais as pernas: OK. 

Na verdade, a forma que você dança está associada ao o que é mais familiar ao seu corpo. O que é mais confortável e espontâneo a ele. Assim, já existe uma auto-proteção inata, pois de forma geral, não irá partir ao desbravamento audoz da exploração de movimentos.

E se o estilo da dança escolhido estiver baseado numa linguagem de espontaniedade, daí a proteção estará reforçada.

Claro, que a medida que vai se familiarizando com seu corpo, com sua dança partirá para novos caminhos criativos. Esse é o grande barato. É o que nos dá tanto prazer e nos envolve incondicionalmente nesse universo dançante.

Então, vá de coração aberto, respeitando-se e seguindo sua intuição.


                                                   

domingo, 15 de maio de 2011

Download gratuito livro Angel Vianna

Dançantes queridos,


Compartilho o link para download gratuito do livro "Angel Vianna: Sistema, Método ou Técnica?" organizado por Suzana Saldanha.

Bailarina, coreógrafa, professora e pesquisadora, Angel Vianna é uma referência no campo das artes cênicas. O livro reúne ensaios de profissionais de diferentes áreas do conhecimento que entraram em contato com o trabalho de Angel. Além de analisar a obra da artista, os autores abordam experiências que marcaram sua vida e foram determinantes para o desenvolvimento desse trabalho, como a relação com Klauss Vianna, a descoberta do sistema Laban, o envolvimento com o teatro e os estudos de anatomia e belas artes.

Boa leitura!

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Mais Liberdade

Bons dias!

Retomo a um assunto ao qual já me referi em outra oportunidade: a autonomia e direito garantido de cada um de sentir em aula o que está ao seu alcance.

Muitas vezes, o educador/facilitador prepara sua aula (com esmero),  planejando-a segundo um objetivo,  com as devidas etapas que julga serem necessárias. Baseado em suas experiências pessoais e profissionais procura garantir uma direção, a fim de proporcionar uma experiência significativa aos alunos. Ótimo.

O perigo mora quando o que é oferecido como uma possibilidade, experimentação, descobrimento é colocado quase como a obrigação do sentir, chegando a atropelar a subjetividade, o tempo, a ação corporal que cada um está vivendo naquela oportunidade.

O conteúdo por melhor que seja, deve oferecer possibilidades, mas nunca definir um dado estado fechado num invólucro. Essa situação que pode ser considerada como um excesso, se configura como uma ansiedade de quem ministra, que gerará ansiedade aos alunos que tentarão fazer a coisa certa a qualquer custo.

Não faça a coisa certa! 

Costumo repetir frequentemente essa provocação. Óbvio que existem bases biomecânicas e anatômicas que devem ser consideradas e seguidas, sendo isto prudente, útil e inteligente, certo? A premissa da informação e do conhecimento como base do trabalho.

Mas, o aprendizado se dá pela experiência vivida e assimilada, adquirida segundo a capacidade e vontade de cada um. Assim, mesmo que pareça muito pouco o que foi vivenciado, provavelmente estará na dose certa.

Muito negativo é a indução de um estado que não correspondeu a realidade. Nesse aspecto, talvez também vale a reflexão sobre o excesso de discussões principalmente ao final das aulas... aquela expectativa criada para ouvir depoimentos de experiências super-estimadas...

Mais interessante é garantir a liberdade de cada um!